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Lidar com a perda de alguém querido é uma das experiências mais desafiadoras da vida. No contexto da infância, o luto infantil assume características singulares, uma vez que as crianças ainda estão em processo de compreensão do mundo e de suas emoções.

Diferentemente dos adultos, muitas crianças não têm a capacidade de verbalizar seus sentimentos, o que pode fazer com que esse sentimento de tristeza profunda se manifeste de maneiras inesperadas. Quando não reconhecido e tratado adequadamente, essa situação pode deixar marcas profundas, influenciando seu desenvolvimento emocional e psicológico na vida adulta.

Este artigo busca lançar luz sobre as nuances do luto infantil e oferecer orientações para apoiar as crianças nesse momento delicado. Continue a leitura e saiba mais sobre um tema que é tão importante!

Entenda melhor o luto infantil

O luto é um processo emocional que ocorre depois da perda de um ente querido. Ele varia de pessoa para pessoa e compreende emoções como o desespero, raiva, angústia, medo e apatia, por exemplo.

Na infância, o luto é decorrente da percepção da finitude, seja a morte de um animal de estimação, de um ente querido ou até mesmo uma separação, sendo o primeiro contato da criança com a realidade da perda.

Assim, o luto infantil é o momento em que a criança se depara com a fragilidade dos adultos que poderiam parecer invencíveis. Contudo, como elas ainda não têm recursos cognitivos suficientes para entender o que estão sentindo, suas reações podem variar muito e não é raro que o processo seja menosprezado ou passe despercebido. Confira as fases do luto a seguir.

  • negação – dificuldade em acreditar que a pessoa morreu;
  • raiva – comportamentos agressivos, mágoa da pessoa que faleceu, hostilidade na escola e/ou em casa;
  • negociação – o processo começa a ser elaborado e ela começa a fazer uso de recursos cognitivos para lidar com o que aconteceu;
  • depressão – a criança é tomada por uma tristeza profunda;
  • aceitação – ainda que seja um fato doloroso, ela começa a aceitar que aconteceu. Apesar da tristeza, ela começa a seguir em frente.


Observe como a criança percebe a morte

A compreensão da criança sobre a morte está intrinsecamente ligada ao seu desenvolvimento cognitivo. Assim, o jeito como ela percebe e processa essa realidade muda de acordo com sua idade. Vamos explorar isso mais a fundo:

Até os 3 aos de idade

Antes dos 3 anos, a criança entende a morte como uma ausência. Ela ainda não tem capacidade de perceber a finitude, de modo que imagina que a situação ainda pode ser revertida.

Entre 3 e 5 anos de idade

Nessa idade, a criança lida com a morte por meio da fantasia. Elas acreditam que as palavras e pensamentos podem evitar a perda ou até causa-la. Por isso, a culpa é um sentimento bastante comum, especialmente se ela desejou mal ou brigou com a pessoa que faleceu.

Nesse período, é importante agir com delicadeza e prestar atenção nessas sutilezas, porque nem sempre a criança comunica essa culpa, e isso pode acompanha-la por toda a vida adulta.

Entre 5 e 9 anos de idade

Nessa faixa etária, embora a criança tenha dificuldades para expressar claramente seus sentimentos, já consegue entender a morte como algo objetivo, inevitável e objetivo e pode questionar crenças familiares sobre o tema.

Depois dos 10 anos de idade

A partir dos dez anos, a criança começa a desenvolver um pensamento mais abstrato, permitindo-lhe formular hipóteses sobre as possíveis causas da perda. Ela também passa a reconhecer o impacto dessa perda nas vidas de outras pessoas. Vale ressaltar que a maneira como a criança percebe a morte é influenciada pelas conversas que tem sobre o tema e por suas experiências pessoais. Portanto, é essencial abordar o assunto com ela.

Descubra como preparar a criança para o luto na infância

À primeira vista, buscar soluções para lidar com o processo de perda de um ente querido na infância não parece simples. Especialmente porque cada pessoa reage, obviamente, de forma bem particular. Contudo, a Psicologia indica que falar abertamente sobre o tema, respeitando a idade de cada criança, é muito importante.

Você pode fazer isso por meio do relato de histórias familiares, mostrando fotos antigas da família com pessoas que já faleceram e até mesmo usando filmes e livros. Conforme a criança for demonstrando curiosidade, vá explicando com delicadeza sobre os sentimentos envolvidos e suas experiências sobre o tema. Dentro do possível, sempre em um contexto mais leve e lúdico.

Confira, na sequência, algumas orientações sobre como abordar o luto infantil do ponto de vista terapêutico!

Seja honesto ao contar que uma pessoa querida morreu

O falecimento de um parente ou amigo é, em geral, uma notícia difícil de comunicar. Não há uma fórmula para tratar dessa situação. É conveniente falar com a criança, desse modo, respeitando seu repertório cognitivo e a sua idade.

Use a honestidade e explique que a pessoa não voltará a viver e que tudo bem estar triste. Não esconda sentimentos ou tente mentir para a criança, pois isso gera insegurança.

Usar recursos lúdicos como dizer que a pessoa “foi morar no céu” ou “virou uma estrela” pode ajudar bastante. Mas sempre deixe claro que não haverá retorno.

Use palavras suaves

Para ajudar a criança a superar o luto, é fundamental conversar bastante. As crianças geralmente expressam seus sentimentos por meio de brincadeiras. Portanto, aproveite essas oportunidades para explorar como ela se sente sobre a perda.

Use palavras suaves e metáforas para facilitar a compreensão. Acolha a criança e deixe claro que não há culpa ou responsabilidade.

Não esconda suas emoções

Chorar é natural, não há com o que se preocupar. Por isso, não é preciso esconder sua própria tristeza. Caso a criança questione, explique que sente saudades e está triste pela perda da pessoa que partiu.

Se a criança quiser ir ao velório, deixe que ela leve flores e veja o rosto do falecido, caso ela expresse tal vontade. Isso pode representar significativamente uma forma de despedida da pessoa querida. E caso ela tenha dúvidas, explique sobre os ritos.

Reforce as memórias positivas

É sempre bom lembrar mais positivamente da pessoa que faleceu. Por isso, escrever uma carta ou fazer um desenho são boas ideias para expressar as emoções e atenuar a dor da perda. Tentar fazer com que a criança não pense ou fale sobre a pessoa para evitar a dor só torna o processo ainda mais difícil.

Lidar com o luto infantil é comumente algo bem delicado. Sobretudo porque, na infância, as etapas da vida não são nem delineadas, de modo que cada criança sente e se expressa de maneira diferente. Por isso, é recomendável prestar atenção no seu comportamento, respeitar seus sentimentos e desejos e agir com transparência.

Essas dicas foram úteis para você? Você já passou por algum momento semelhante na sua vida? Então, aproveite a visita aqui no blog e veja também como reconhecer e superar os estágios do
luto!

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